A mudança de hábitos é algo que nosso cérebro detesta. Tendemos à repetição do que já conhecemos. Qualquer caminho novo nos desestabiliza e, por isso, evitamos.
Um estudo publicado recentemente pela Universidade Johns Hopkins, nos EUA, mostrou o quanto as pessoa se prendem a comportamentos passados que geram algum tipo de ganho.
A pesquisa ainda aponta que o tempo mínimo para se adquirir um novo hábito é de três meses, tempo médio que o cérebro leva para fazer novas conexões. E ainda, para fixar o novo hábito é necessário, em média, de oito meses a um ano. UFA !
E, se o cérebro demora a se acostumar com mudanças que levarão tempo para mostrar os benefícios, a situação fica ainda pior se essas mudanças de rotina sejam enormes.
Metas muito ambiciosas costumam atrapalhar nossos projetos de mudança.
“Se uma pessoa quer ter o hábito de caminhar, em vez de começar fazendo uma hora de exercício, deve começar com cinco, dez minutos. Ela vai perceber que pode fazer mais e sua trajetória será ascendente. É melhor do que traçar uma meta inicial de grande porte e fracassar no primeiro objetivo”, afirma Marie Bendelac, mestre em treinamento comportamental.
Para a psicóloga Wanda Quadra “a pessoa precisa avaliar seu nível de motivação e de prontidão para a mudança. Identificar, numa escala de 1 a 10 o quanto aquilo é importante e estabelecer prioridades”.
Quem quer mudar precisa definir com clareza o que quer e traçar uma meta com cinco características: específica, mensurável, atingível, realista e com prazo determinado, afirma a psicóloga.
Caso você queira ou precise mudar hábitos que não esteja lhe fazendo bem algumas estratégias devem ser traçadas:
Estratégias
• Identifique suas prioridades atuais – o autoconhecimento é a dica mais importante. Apenas depois de identificar desejos e prioridades conseguimos identificar as barreiras do dia a dia que nos impedem de atingir nossos objetivos;
• Analise como você gasta o seu tempo – falta de tempo não pode ser a desculpa para adiar realizações;
• Trace metas específicas e mensuráveis – não crie metas mirabolantes ou incompatíveis com sua condição financeira;
• Não crie muitas metas ao mesmo tempo – isso aumenta o risco de insucesso e de frustração;
• Recupere estratégias que deram certo – se, por exemplo, você quer parar de fumar e já conseguiu em algum momento, mas teve uma recaída, tente se lembrar do que o fez conseguir parar, significa que alguma coisa funcionou;
• Crie algumas recompensas – um dos aspectos mais importantes nas mudanças são as recompensas. O ser humano, de certo modo, é movido por elas. A cada pequena conquista ofereça a si mesmo um pequeno presente. Mas atenção: tem que ser algo saudável – física, mental e financeiramente.
Fonte – Matéria publicada no Jornal O Globo em 15/2/16