A Intolerância alimentar é a consequência de processos digestivos mal concluídos que pode ocorrer com qualquer alimento.
A origem deste problema pode estar no baixo nível das enzimas digestivas, nas alterações do pH do estomago, no mal funcionamento da vesícula biliar, nas alterações de permeabilidade da mucosa intestinal e nas alterações de flora intestinal.
Calcula-se que atualmente 45% a 60 % da população brasileira sofra de algum tipo de intolerância alimentar e dentro de 20 anos poderá afetar toda a população.
Diferenças entre ALERGIA e INTOLERÂNCIA ALIMENTAR
A Alergia Alimentar é um processo que envolve uma resposta imunitária mediada por IgE e formação de imunocomplexos que desencadeiam uma reação alérgica rápida, normalmente de fácil diagnóstico clinico e com reação causa-efeito, rápido e visível como: Urticária, formigamento na boca, inchaço na língua e na garganta, dificuldade respiratória, dores abdominais, vômitos, diarreia, vermelhidão na pele, tosse / chiado, tonturas ou perda de consciência.
A Intolerância alimentar envolve uma reação imunológica medida por um tipo de Imunoglobulinas, as IgG , cujas manifestações clínicas são menos claras e mais lentas, muitas vezes imperceptíveis e de difícil diagnóstico clínico. A pessoa vai se acostumando com os sintomas e acaba achando que é normal. Por exemplo: A incapacidade de perder ou ganhar peso, o aumento da pressão arterial, distúrbios digestivos como inchaço, gases, constipação ou diarreia, irritação da pele com coceiras, rachaduras, alterações de humor e irritabilidade, rinite, asma e ansiedade.
As consequências no organismo da intolerância alimentar
• Deficiências de absorção metabólica dos nutrientes da alimentação.
• O organismo não reconhece os resíduos deste metabolismo, os trata como corpos estranhos, produzindo anticorpos contra eles.
• O organismo vai eliminar estes corpos estranhos através de processos inflamatórios e putrefativos.
• O aumento de processos inflamatórios no organismo é desencadeador de doença.
• Doença inflamatória diretamente e indiretamente outras patologias que necessitam de inflamação como um start no seu processo de instalação e progressão.
• A repetição frequente destes processos, desencadeadas pela ingestão do alimento ao qual se é intolerante, provoca instabilidade e irritação da mucosa gastro-intestinal dificultando a absorção dos nutrientes.
• Com os intestinos inflamados, independentemente do que se come, os nutrientes são pouco absorvidos levando a subnutrição a nível celular, e ao desequilíbrio e fragilidade de todos os órgão e tecidos do corpo.
• A curto prazo os sintomas podem ser inespecíficos como dores pelo corpo, cansaço e indisposição. Com o tempo, podem aumentar o risco de câncer, doenças autoimunes, doenças metabólicas, neurológicas e cardiovasculares.
Como posso suspeitar que estou com alguma intolerância alimentar?
Existem relatos na literatura médica de mais de 150 sinais e sintomas como: Olheiras alérgicas , sonolência depois de comer, fadiga, dores de cabeça crônicas, dores de estômago, dores estranhas nos músculos e articulações, depressão, dermatite, constipação, diarreia, ansiedade… – associados a incompatibilidade, hipersensibilidade ou intolerância alimentar.
Nas crianças a sensibilidade e intolerância alimentar têm sido associados a rinites, dermatites, mudanças de comportamento com: Agressividade, irritabilidade, choro fácil, falta de concentração e foco, bem como hiperatividade e tendência a transtorno obsessivo compulsivo. As com desordens do espectro autista podem ter ganhos enormes na fala e nos aspectos comportamentais com a retirada de grãos e laticínios da dieta, segundo Paul Shattock.
Papel do médico Nutrólogo
Na historia clinica do paciente vamos pesquisar os hábitos alimentares e fazer uma seleção previa dos alimentos que podem ser desencadeantes e os que são agravantes do quadro apresentado. Exames do perfil bioquímico podem ajudar a identificar alterações de marcadores inflamatórios e o Teste de intolerância identifica os alimentos envolvidos.
O teste de sensibilidade e intolerância a alimentos é medido por lgG, com ensaios realizados frente a controles positivo, negativo e calibradores. Sendo um teste quantitativo, a reação de intolerância aos alimentos testados é expressa pela concentração do nível de lgG (U/ml) específico ao alimento, e classificada em:
Negativa: não identificação de níveis anticorpos lgG.
Positiva baixo: < 24 U/ml, baixo nível de anticorpos lgG. Positiva médio: 24 a 30 U/ml, médio nível de anticorpos lgG. Positiva alto: > 30 U/ml, alto nível de anticorpos lgG.
Quem pode fazer o teste?
Todas as pessoas, incluindo crianças e mulheres grávidas.
Uma vez identificados os alimentos responsáveis pelos sintomas associados ao quadro, eles deverão ser observados, substituídos, rotacionados ou excluídos da dieta, a critério do médico.
Além de estabelecer a dieta é imprescindível tratar a inflamação sistêmica que já está em andamento no organismo causando estragos que podem vir a ser irreversíveis.
Com o tratamento Nutrológico antiinflamatório, dessensibilizante e reparador, é possível minimizar a inflamação sistêmica e, muitas vezes, os alimentos agravantes podem ser recolocados na dieta e tolerados.