Começou na última segunda-feira (4), em todo o país, a Campanha de Vacinação contra a Gripe para 2015. Mais de 54 milhões de doses da vacina estão sendo disponibilizadas aos estados e municípios para garantir a vacinação de cerca de 49,7 milhões de pessoas.
Receberá a vacina quem faz parte do grupo prioritário, ou seja, parte da população que tem maior risco de desenvolver complicações causadas pela doença. Este grupo inclui pessoas com 60 anos ou mais, além de crianças de seis meses a menores de cinco anos; trabalhadores da saúde; povos indígenas; gestantes; puérperas (mulheres até 45 dias após o parto); população privada de liberdade; e os funcionários do sistema prisional.
A meta é garantir a vacinação de 80% do público-alvo, 39,7 milhões de pessoas, até o fim da campanha, em 22 de maio. A vacina, disponibilizada pelo Ministério da Saúde, protegerá a população contra os três subtipos do vírus da gripe determinados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para este ano (A/H1N1; A/H3N2 e influenza B).
Também serão vacinadas pessoas portadoras de doenças crônicas não transmissíveis ou com outras condições clínicas especiais. A definição dos grupos prioritários segue a recomendação da OMS, com respaldo de estudos epidemiológicos e também da observação do comportamento das infecções respiratórias, que tem entre os principais agentes, o vírus da gripe. São priorizados os grupos mais suscetíveis ao agravamento de doenças respiratórias.
“A vacina oferecida pelo Ministério na Saúde traz, em sua composição, os vírus que mais circularam no mundo e é fundamental para reduzir as complicações e óbitos causados pela gripe. Esta mobilização é decisiva para garantir a proteção da população mais vulnerável aos vários tipos de gripe presente no país”, destaca o ministro da Saúde, Arthur Chioro.
A vacina contra influenza é segura e uma das medidas mais eficazes de prevenção a complicações e casos graves de gripe. Estudos demonstram que a vacinação pode reduzir entre 32% e 45% o número de hospitalizações por pneumonias e de 39% a 75% a mortalidade por complicações da influenza.
Como o organismo leva, em média, de duas a três semanas para criar os anticorpos que geram proteção contra a gripe após a vacinação, é fundamental realizar a imunização no período da campanha para garantir a proteção antes do início do inverno. O período de maior circulação da gripe vai de final de maio a agosto.
Para a ação, estão sendo mobilizados em todo o país 240 mi lprofissionais, que atuarão em 65 mil postos de vacinação e contarão com o apoio de 27 milveículos (terrestres, marítimos e fluviais). É importante levar o cartão de vacinação e o documento de identificação para receber a dose. As pessoas com doenças crônicas ou com outras condições clínicas especiais também precisam apresentar prescrição médica especificando o motivo da indicação da vacina.
Pacientes cadastrados em programas de controle das doenças crônicas do Sistema Único de Saúde deverão se dirigir aos postos em que estão registrados para receberem a dose, sem necessidade de prescrição médica.
CAMPANHA – A 17ª Campanha Nacional de Vacinação Contra a Gripe terá como Slogan “Contra a gripe, seu escudo é a vacinação” e reforça o conceito de proteção, além de explorar a imagem do escudo empunhado pelo Zé Gotinha, o personagem-símbolo da vacinação. Para a ação, que contará com filme para TV, spot para rádio, anúncio de revista, mobiliário exterior e peças para o ambiente online, o Ministério da Saúde investirá R$ 10 milhões.
MEDIDAS DE PREVENÇÃO – A transmissão dos vírus influenza acontece por meio do contato com secreções das vias respiratórias, eliminadas pela pessoa contaminada ao falar, tossir ou espirrar. Também ocorre por meio das mãos e objetos contaminados, quando entram em contato com mucosas (boca, olhos, nariz). À população em geral, o Ministério da Saúde orienta a adoção de cuidados simples como medida de prevenção para evitar a doença, como: lavar as mãos várias vezes ao dia; cobrir o nariz e a boca ao tossir e espirrar; evitar tocar o rosto e não compartilhar objetos de uso pessoal.
Em caso de síndrome gripal, deve-se procurar um serviço de saúde o mais rápido possível. A vacina contra a gripe não é capaz de eliminar a doença ou impedir a circulação do vírus, por isso, as medidas de prevenção são muito importantes, particularmente durante o período de maior circulação viral, entre os meses de junho e agosto.
Também é importante lembrar que, mesmo pessoas vacinadas, ao apresentarem os sintomas da gripe – especialmente se são integrantes de grupos mais vulneráveis às complicações – devem procurar, imediatamente, o médico. Os sintomas da gripe são: febre, tosse ou dor na garganta, além de outros, como dor de cabeça, dor muscular e nas articulações. Já o agravamento pode ser identificado por falta de ar, febre por mais de três dias, piora de sintomas gastrointestinais, dor muscular intensa e prostração.
REAÇÕES ADVERSAS – Após a aplicação da vacina, podem ocorrer, de forma rara, dor no local da injeção, eritema e enrijecimento. São manifestações consideradas benignas, cujos efeitos costumam passar em 48 horas. A vacina é contraindicada para pessoas com história de reação anafilática prévia em doses anteriores ou para pessoas que tenham alergia grave relacionada a ovo de galinha e seus derivados. É importante procurar o médico para mais orientações.
GRIPE X RESFRIADO: Saiba qual a diferença entre as duas doenças e como prevenir
Apesar dos sintomas básicos, como nariz entupido, espirros e dores de cabeça e no corpo serem parecidos, gripe é totalmente diferente de resfriado.
A gripe é uma infecção respiratória causada pelos vírus da família Influenza e resulta em febre acima dos 38 graus, além da sensação de mal estar muito intensa.
Já o resfriado é causado por dezenas de vírus diferentes, como o Rinovírus, o Adenovírus e Parainfluenza. Além de uma leve febre, não ultrapassando os 37 graus, a doença provoca uma leve dor de garganta. Os estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina concentram o maior número de casos de contaminação pelo vírus.
Para evitar o contágio pela gripe ou pelo resfriado, o diretor de Vigilância das Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Cláudio Maierovitch, explica que a população precisa ficar atenta a alguns cuidados. “Devem dar muita atenção aos hábitos de higiene. A proteção da boca e do nariz, quando se espirra ou se tosse, de preferência usando lenço ou protegendo com o braço. Evitar proteger com as mãos, porque as pessoas se tocam muito com as mãos umas às outras. A lavagem de mãos frequentes é muito importante também.”