Este trabalho visou estudar o idoso em suas características psicológicas utilizando uma concepção da velhice ligada ao dinamismo, à atividade e ao lazer. A pesquisa foi realizada na UNATI (Universidade Aberta da Terceira Idade – UERJ), em parques, locais de trabalho e igrejas, com o propósito de descobrir se existe uma influência da atividade intelectual constante na melhoria das características psicológicas em idosos.
A fim de realizar este objetivo foram entrevistados vinte e quatro idosos, com idades variando entre 60 e 77 anos, divididos em dois grupos iguais de diversas condições sociais, níveis de instrução e moradores de diferentes bairros da cidade do Rio de Janeiro, sendo o primeiro grupo constituído por pessoas com atividade intelectual constante e o segundo grupo constituído por pessoas que não estão em atividade constante. Os dois grupos representaram uma amostra significativa para este trabalho.
As pesquisas atualmente existentes acerca do envelhecimento tendem a enfatizar suas dificuldades e perdas, por isso este trabalho buscou valorizar os aspectos positivos ainda presentes nos idosos, como sua capacidade de criatividade, aprendizagem e sabedoria. Desta forma, foi elaborada a hipótese de que os idosos com atividade intelectual constante estariam em melhores físicas e mentais do que aqueles que não possuem tais atividades constantes. Entende-se por atividade intelectual constante a participação em cursos e atividades culturais visando novas aprendizagens e lazer, assim como a manutenção da profissão ou atividades de trabalho.
Dentre os teóricos que estudam o envelhecimento, destaca-se Azevedo (1999), em seu Boletim de Informação Científica, que afirma que, na maioria das vezes a falta de memória não se relaciona a doenças e que a grande maioria dos medicamentos que declaram tratá-la são mentirosos. O segredo da boa memória é a atenção e, por trás, a motivação. A falta de atividade intelectual que em geral acompanha a aposentadoria é uma causa comum geradora de problemas e que se confunde com a velhice. A visão do envelhecimento como déficit parece resultar do preconceito da sociedade em relação ao idoso.
Os idosos têm uma visão mais realista do que os mais jovens em várias apreciações, já que acumularam uma maior quantidade de conhecimentos e experiência, além de oferecerem uma visão mais sintética das situações, julgarem melhor e, normalmente, possuírem uma boa dose de criatividade. Com mais idade as pessoas já têm a maior parte de suas tarefas de vida concluídas (profissão definida, filhos encaminhados, etc.), podendo então dedicar-se a questões espirituais e sociais, além da transmissão de seus conhecimentos aos mais jovens.
Assim sendo, a hipótese deste trabalho foi: idosos que estejam em atividade intelectual constante tenderiam a uma melhoria nas suas características psicológicas em comparação àqueles que não possuem esta atividade constante.
Verificou-se, através do instrumento utilizado para a pesquisa, um questionário, que o nível educacional mais alto, assim como a renda mais alta, proporcionam que os idosos continuem a ampliar seus conhecimentos, favorecendo-os nesta busca. Quanto aos sentimentos e emoções nos idosos, a atividade intelectual constante mostrou-se positiva, assim como no quesito saúde, aspectos cognitivos e satisfação de vida.
Todos os idosos em atividade intelectual constante foram unânimes em afirmar que a vida é maravilhosa, não revelando qualquer traço de depressão. Já entre os idosos sem atividade constante foram observadas situações de risco.
Levando-se em consideração que ambos os grupos possuem características idênticas e o único fator que os distingue é a presença ou não da atividade intelectual constante, conclui-se que os idosos que estão em atividade intelectual constante tendem realmente a uma melhoria geral de suas condições, em comparação com aqueles que não possuem tais atividades.
As condições cognitivas e características psicológicas positivas como determinação, sentimento de utilidade, independência, atividade e extroversão estão presentes na totalidade dos idosos com atividade intelectual constante. Desta forma, este trabalho demonstrou que a atividade intelectual constante é relevante para a manutenção de um envelhecimento sadio.
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