Para o envelhecimento se tornar uma experiência positiva, a vida mais longa deve ser acompanhada de oportunidades contínuas de saúde, participação e segurança. Ao processo de conquista desses direitos, a Organização Mundial da Saúde denominou, nos anos 90, “envelhecimento ativo”. Ou seja, a busca das condições essenciais para ter melhor qualidade de vida na velhice. É um conceito e é uma causa, uma bandeira política que está mobilizando cada vez mais pessoas, especialmente porque também cresce o número de cidadãos com mais de 55 anos.
A abordagem do envelhecimento ativo se baseia no reconhecimento dos direitos humanos das pessoas mais velhas e nos princípios de independência, participação, dignidade, assistência e autorrealização estabelecidos pela OMS. Aplica-se tanto a circunstâncias individuais quanto a grupos populacionais. Permite que as pessoas percebam o seu potencial para o bem-estar físico, social e mental ao longo do curso da vida, e que atuem socialmente de acordo com suas necessidades, desejos e capacidades. Ao mesmo tempo, propicia proteção, segurança e cuidados adequados, quando necessários.
O planejamento estratégico do envelhecimento, em ações ou políticas públicas, deixa de ter um enfoque baseado nas necessidades (que considera as pessoas mais velhas como alvos passivos) e passa ter uma abordagem com ênfase em direitos, o que permite o reconhecimento dos direitos dos mais velhos à igualdade de oportunidades e ao tratamento em todos os aspectos da vida. Um forma de pensar que fortalece a responsabilidade dos mais velhos no exercício de sua participação nos processos políticos e em outras áreas da vida em comunidade.
A palavra “ativo” se refere à participação nas questões sociais, econômicas, culturais, espirituais e civis, e não somente à capacidade de estar fisicamente ativo ou de fazer parte da força de trabalho. Vai bem além disso, ao defender que pessoas mais velhas que se aposentam e aquelas que apresentam alguma doença ou vivem com alguma necessidade especial possam continuar a contribuir ativamente para seus familiares, companheiros, comunidades e países. O objetivo do envelhecimento ativo é aumentar a expectativa de uma vida saudável e a qualidade de vida para todas as pessoas que estão envelhecendo, inclusive as que são frágeis, incapacitadas e que requerem cuidados.
O termo “saúde”, segundo a OMS, abrange bem-estar físico, mental e social. Por isso, em um projeto de envelhecimento ativo, as políticas e programas que promovem saúde mental e relações sociais são tão importantes quanto aquelas que melhoram as condições físicas de saúde. Manter a autonomia e independência durante o envelhecimento é uma meta fundamental para as pessoas e para os governantes. Além disto, o envelhecimento não ocorre em um contexto isolado, mas que envolve também amigos, colegas de trabalho, vizinhos e membros da família.
Esta é a razão por que interdependência e solidariedade entre gerações são princípios relevantes para o envelhecimento ativo. A criança de ontem é o adulto de hoje e o avô ou avó de amanhã. A qualidade de vida que as pessoas terão quando forem avós depende não só dos riscos e oportunidades que experimentarem durante a vida, mas também da maneira como as gerações posteriores vão oferecer ajuda e apoio mútuos, quando necessário.
Fonte – Com base no livro Envelhecimento ativo: uma política de saúde, publicado pela OMS – Organização Mundial de Saúde
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