Quem nunca esqueceu um nome, um número de telefone ou até mesmo não passou por uma situação que “deu branco”? E se engana quem pensa que apenas pessoas mais velhas estão suscetíveis a essas falhas da memória! Cada vez mais jovens se queixam de pequenos esquecimentos no dia a dia. O ritmo de vida acelerado e, cada vez mais, uma enorme quantidade de informações para administrar no dia a dia gera uma grande sobrecarga no cérebro de qualquer indivíduo.
Esquecer-se de pagar uma conta, de dar um recado ou de onde guardou as chaves ou, ainda, ter dificuldade de concluir um pensamento por causa da palavra ou expressão que lhe escapou da memória, para os mais velhos, toma outra dimensão. Tende-se a associar logo ao envelhecimento e vem a sensação de incapacidade e o temor por doenças.
Os cuidados com a saúde são fundamentais para manter o cérebro em boa forma. Há condições que aumentam o risco de declínio cognitivo (ou seja, diminuir a capacidade de aprendizagem, de solucionar problemas, etc.) como insônia, má nutrição, uso excessivo de medicamentos, estresse intenso, depressão e doenças como diabetes e hipertensão arterial, quando não tratadas. Isso sem falar no sedentarismo e na acomodação que prende o indivíduo ao sofá.
No envelhecimento saudável não há perda de memória, apenas pequenas mudanças que podem deixar as pessoas suscetíveis às falhas. O individuo saudável que mantém uma visão positiva sobre suas capacidades pode e deve expressar um bom desempenho de memória.
A memória faz parte de um processo que ativamos quando, por exemplo, conversamos. Ao mesmo tempo em que falamos, acionamos outros mecanismos que dividem a nossa atenção. Estamos, num só tempo, captando as reações do interlocutor, fixando-nos no que dizemos e ouvimos, resgatando fatos antigos e/ou recentes, preocupando-nos com o compromisso que temos a seguir, e tantas outras interferências mais.
Depois dos 40, são observadas algumas mudanças neurofisiológicas que tornam o processamento da informação mais lento em nossa mente. Há mais facilidade para dispersão e a capacidade de atenção pode não ser mais a mesma. Então, o esquecimento, muitas vezes, pode ocorrer por uma falha de atenção, ou seja, de ineficácia no gerenciamento do processo de captação, fixação e resgate da informação.
Para manter a nossa memória afiada e cada vez menos suscetível às falhas, precisamos abandonar o sedentarismo, sair da nossa “zona de conforto” e ” arregaçar as mangas”, acreditar que sempre podemos nos lançar em vôos que nos levem a sonhos ainda não realizados e a lugares que nunca visitamos. Precisamos continuar aprendendo, nos desafiando. O que você tem feito por você?
* Texto adaptado de entrevista com a Dra Tania Guerreiro para o Portal IBM com a jornalista Maria Lucia
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