Na edição 2015 do Global Agewatch Index, ranking que avalia o bem-estar social e econômico da população idosa em 96 países, o Brasil ocupa o 56º lugar.
O levantamento, produzido pela HelpAge International, em parceria com a Universidade de SouthHampton, do Reino Unido, considera aspectos relacionados a saúde, emprego e ambiente.
O pior desempenho brasileiro foi no quesito ambiente favorável (87), devido a insatisfações na região com relação à segurança (28%) e transportes públicos (45%). Seguridade social (13) deu a melhor performance ao país, com cobertura abrangente dos benefícios (86,3%), baixa pobreza na velhice (8,8%) e a maior taxa de bem-estar regional.
Alexandre Kalache, médico, gerontólogo, presidente do ILC-BR e co-presidente da Aliança Global de ILCs, considera que “o Global Age Watch Index mostra um Brasil estacionário no ranking dos países onde é melhor envelhecer. A mudança de duas posições no ranking não significa que o ano foi bom.”
Para o presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), João Bastos Freire Neto, o indicador tem a vantagem de avaliar o envelhecimento de maneira abrangente e não apenas no que se refere à saúde. “A maior parte dessa população tem doenças crônicas, que são controladas. Eles exigem direitos como os de qualquer pessoa. A lazer, segurança, renda, transporte público e ambiente favorável.”
Na opinião de Freire Neto, nenhuma estratégia focada em apenas um aspecto fornece o atendimento integral a que o idoso tem direito. Por exemplo, um paciente hipertenso não pode ser tratado apenas com medicamento para pressão e aferições periódicas. “É preciso saber as condições em que ele vive, como se relaciona com a família, quais as suas fragilidades. A atenção precisa ser integral e completa, não só em relação aos aspectos da saúde, mas a todos os determinantes que influenciam nela, como renda e suporte social.”
Pessoas idosas dos diferentes países que integraram o ranking gravaram em vídeo testemunhos de dez segundos, em que respondem à pergunta: “o que o seu país pode fazer pelas pessoas idosas?” Pelo Brasil, falou Maria da Penha Franco, de 81 anos, membro do Conselho Estadual para Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa (Cedepi), do Estado do Rio de Janeiro.
O indicador foi lançado em setembro, na sede da ONU, em Nova York, e está disponível online, no site www.helpage.org/global-agewatch
Verônica Couto