Saber ler o rótulo e atentar para a rotulagem nutricional dos alimentos é fundamental para uma alimentação saudável, uma vez que favorece escolhas para uma dieta mais equilibrada. Esta é uma forma de ter conhecimento dos nutrientes consumidos e reduzir a possibilidade do desenvolvimento de doenças crônicas como a obesidade. No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) é o órgão responsável pela regulação da rotulagem de alimentos. Ela estabelece as informações que um rótulo deve conter visando a garantia de qualidade do produto e a saúde do consumidor.
“A rotulagem nutricional é muito importante para que o consumidor conheça as propriedades nutricionais dos alimentos e contribui bastante para um consumo adequado dos mesmos. Não podemos negar que ainda são necessários ajustes e inclusões de informações no rótulo para que este torne-se 100% informativo e prático para o consumidor, como uma discriminação mais detalhada de açúcares e gorduras e a informação sobre alimentos alergênicos, por exemplo. Apesar disso, ter acesso às informações atualmente disponíveis já é uma grande conquista para o consumidor. Interpretando corretamente as informações contidas no rótulo é possível saber, por exemplo, qual ingrediente predomina no alimento, já que o primeiro da lista é o que está em maior quantidade”, observa a nutricionista do Vigilantes do Peso, Renata Migueis.
A rotulagem nutricional se aplica a todos os alimentos e bebidas produzidos, comercializados e embalados na ausência do cliente e que estão prontos para oferta ao consumidor. Como grande parte da alimentação é composta por alimentos que sofrem algum tipo de processo industrial, é de fundamental importância que as informações contidas no rótulo sejam entendidas pelo consumidor.
Dentre as informações incluídas nos rótulos podemos destacar:
1) o valor energético, que pode ser expresso em quilocalorias (kcal) ou quilojoules (kJ), e representa a quantidade de energia (a partir de carboidratos, proteínas e gordura) que nosso corpo será capaz produzir com o consumo daquela porção de alimento para gastar ou armazenar, dependendo da situação.
2) os macronutrientes: carboidratos, proteínas e gorduras totais, que são componentes dos alimentos e são essenciais para o organismo realizar todas as suas funções.
Alguns dos macronutrientes podem ser destrinchados no rótulo como os carboidratos, informando a quantidade de açúcar (“dos quais açúcares”) e as gorduras, que se subdividem em trans, saturadas, poliinsaturadas e monoinsaturadas, sendo a informação de trans e saturadas de carater obrigarório na rotulagem.
3) fibra alimentar: são partes do alimento não digeridas e não absorvidas, mas que exercem função importante para a saúde como auxiliar no funcionamento do intestino e na saciedade, ajudando no emagrecimento.
No rótulo também existem outras informações importantes ao consumidor como: porção e medida caseira, que indicam a quantidade recomendada para o consumo visando uma alimentação balanceada e o % VD (percentual de valores diários), que informa quanto o produto em questão apresenta de energia e nutrientes em relação a uma dieta de 2000 kcal, mas este valor pode ser menor ou maior dependendo da necessidade energética de cada pessoa.
Aqui estão algumas dicas da equipe de nutrição do Vigilantes do Peso para ler o rótulo e consumir produtos saudáveis:
– Além de verificar as informações nutricionais e ingredientes dos rótulos atente sempre para a validade do produto.
– No caso de comprar produtos integrais: verificar nos ingredientes se os primeiros da lista são realmente integrais.
– Procurar consumir alimentos com %VD elevado em fibras e reduzido em gordura saturada e sódio.
– Um número elevado de ingredientes (frequentemente cinco ou mais) e, sobretudo, a presença de ingredientes com nomes pouco familiares, indicam que o produto pertence à categoria de alimentos ultraprocessados.
– Não supervalorizar termos como “zero”; “isento”; “leve”; “fit”; “integral”; “light”; “diet”; “ômega-3”; “fibras”; “grãos” entre outros nas embalagens sem antes consultar o rótulo e se certificar que aquele alimento pode realmente ser benéfico para a sua condição de saúde ou se existem opções melhores. Muitas marcas utilizam termos e alegações de propriedades funcionais e/ou de saúde como marketing para impulsionar a venda de produtos.
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