O corpo humano enfraquece naturalmente com o passar dos anos e vai passando por diversas mudanças. Uma delas ocorre na pele, principalmente na do idoso. É o caso do aumento da fragilidade, que, muitas vezes, acarreta em pequenos machucados, que ocorrem de maneira mais fácil. A dermatologista da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) Monique Pamplona Mafort explica que a pele do idoso fica mais frágil por ser mais fina que a pele jovem.
“Com o envelhecimento, ocorre diminuição da espessura e da qualidade das fibras de colágeno, que é uma proteína que provê resistência e elasticidade, fazendo com que a pele fique mais frágil e tenha menor capacidade de retenção de água”, aponta a dermatologista, que completa que outra alteração comum é nas glândulas sebáceas.
“Essas produzem o sebo, que é um manto protetor de gordura que fica na superfície da nossa pele. Com a idade avançada, essas glândulas vão se atrofiando e, com isso, perdendo sua função. Além disso há, também, perda da gordura subcutânea e a diminuição da vascularização local (chegada de sangue através dos vasos), resultando na nutrição inadequada da pele”.
A geriatra Michele Nanci aponta que essa fragilidade varia de pessoa para pessoa, e, às vezes, de região para região. No Nordeste, por exemplo, pessoas de 40 a 50 anos começam a sentir mais essa fragilidade pela exposição ao sol, enquanto no Sudeste ocorre com maior frequência a partir dos 60 anos.
“É importante manter a pele bem hidratada com cremes e óleos corporais desde mais novo, assim, essa fragilidade será menor. Em peles menos hidratadas, há o aparecimento de hematomas mais facilmente e possíveis lesões, feridas ou escaras de decúbito ou pressão, quando o paciente fica em uma mesma posição por um longo período de tempo, principalmente quando o idoso é acamado, tem problemas de locomoção e necessita que alguém mude a sua posição”, explica Michele, ressaltando que essas lesões podem ser uma porta de entrada para bactérias e infecções, que podem desencadear doenças. “É possível melhorar essa condição de fragilidade, mas não é possível evitar, já que é um processo natural do envelhecimento. O ideal é que os idosos mantenham uma alimentação saudável e se hidratem com bastante água, além de fazer um acompanhamento médico, que é muito importante”, alerta Michele.
A médica avisa, ainda, que pegar o sol da manhã, entre 8h e 10h, e o da tarde, após as 16h, fortifica a pele e aumenta a vontade de beber água.
Outro contratempo encontrado pelos idosos é a dificuldade de cicatrização, que ocorre devido ao enfraquecimento da pele. Monique diz que, como a vascularização do idoso está diminuída, os nutrientes e células que participam do processo de cicatrização têm mais dificuldade de chegar aos locais que precisam.
“Essa situação é ainda mais grave nos casos de pacientes com doenças que acometem os vasos como, por exemplo, a doença arterial oclusiva periférica e o diabetes. No caso de feridas, existem cremes com substâncias que auxiliam na recuperação da pele e facilitam a cicatrização. Nos pacientes que têm problemas circulatórios, é muito importante o acompanhamento por um angiologista ou cirurgião vascular, com o objetivo de tentar amenizar o sofrimento da pele causado pela má circulação”, alerta a dermatologista.
Fonte – www.ofluminense.com.br – por Carolina Ribeiro