“Ambientes urbanos sustentáveis e inclusivos para todas as idades” é o tema do 25º aniversáro do Dia Internacional das Pessoas Idosas, que a Organização das Nações Unidas comemora neste 1º de outubro. A celebração antecipa a 3ª Conferência sobre Moradia e Desenvolvimento Urbano Sustentável da ONU (Habitat III), que vai acontecer em 2016, com foco não apenas no impacto dos novos ambientes urbanos sobre os idosos, mas também na atuação das pessoas mais velhas sobre as cidades.
Segundo dados da ONU, o deslocamento humano para as cidades já atingiu taxa recorde no mundo. Espera-se que seis em cada dez pessoas residam em áreas urbanas em 2030. Coerente com o fenômeno da urbanização, o número de idosos cresce mais rapidamente nas cidades dos países em desenvolvimento. O efeito combinado dessas duas tendências resulta em um número de pessoas com mais de 60 anos vivendo em cidades pode ultrapassar os 900 milhões em 2015, ou um quarto da população urbana total dessas nações.
A princípio, esse movimento sugere perspectivas de melhoria da qualidade de vida para os idosos. Cidades bem planejadas têm melhores condições de proporcionar geração de renda e oportunidades de educação. Além disso, o documento da ONU destaca que as habitações e os ambientes urbanos são mais acessíveis e seguros para os idosos. Especialmente se incorporarem características sob medida para melhorar a rotina dessas populações, ou seja, recursos “agefriendly”. Isso inclui meios de transporte confiáveis, seguros e financeiramente acessíveis, aspecto que é uma das pedras angulares para a participação, a independência e a inclusão social dos idosos.
A comemoração da ONU deste ano busca demonstrar que uma agenda inclusiva para a velhice é crucial para promover equidade, bem estar e prosperidade para todos em ambientes urbanos sustentáveis. Em síntese, os pontos de atenção indicados pelas Nações Unidas são os seguintes:
1. Os princípios e direitos fundamentais que norteiem a prestação de serviços em cidades inclusivas para idosos, de modo a proteger a dignidade e os direitos fundamentais das pessoas idosas, bem como evitar o seu isolamento, abuso e negligência.
2. Oportunidades para as pessoas idosas participarem no planejamento e no encaminhamento de projetos que respondam às suas necessidades num ambiente urbano, a fim de melhorar o acesso a recursos e serviços.
3. Iniciativas que possam ser desenvolvidas por meio de parcerias entre governos e setor privado,
para fornecer habitação e transporte acessível e adequado para as pessoas idosas.
4. Tecnologias inovadoras, que contribuam para a criação de ambientes inclusivos para idosos.
5. A importância do apoio intergeracional para espaços sociais, econômicos e culturais das populações urbanas;
6. A terceira revisão que será feita no Plano Internacional de Ação de Madrid sobre o Envelhecimento, em particular a sua “diretriz do eixo III: assegurar ambientes propícios e favoráveis”.