Viver implica transformações…entre elas estão as afetivas e sexuais. Somos seres desejantes na eterna dialética dos opostos, entre amores e temores, ternura e dor. Relação é a base da vida e construímos nosso mundo através de nossas relações. Espaços de afeto e amor são vividos nas relações familiares, de amizade, com animais de estimação, no mundo dos sonhos…A gravidade, assim como o amor, é como uma cola que mantém o universo/homem vivo.
Platão em O Banquete expressa Eros/Amor, através das nuanças da afetividade, intimidade e sexualidade em diferentes discursos, sendo sempre um intermediário entre os homens e os deuses. Eros é prazer, prazer sexual, prazer espiritual, amizade, paixão pelo saber…De forma semelhante, para Jung nossa libido é um quantum que se manifesta na afetividade, sexualidade, busca epistemológica, busca espiritual …
Falar da afetividade é falar da alma, do coração, do amor e ódio, da inveja, da culpa etc., emoções originais que organizam nossas ações e possibilitam nossas identificações. Afetividade, vem do latim, significa ser afetado, comovido, poeticamente é tudo aquilo que nos faz oscilar entre a entrega e o espanto.
Falar da sexualidade é falar como vivenciamos nosso instinto sexual na busca do acasalamento e do prazer; articula-se a fatores hormonais, emocionais e socioculturais, de modo singular a cada um. Permeia os corpos e a psique com gestos, adereços…permeia tudo o que nos faz sentir mais homem/macho e mulher/fêmea no inexorável jogo de sedução e conquista. Portanto, é função vital que permeia a vida da infância à velhice, mesmo com a baixa hormonal no envelhecimento nosso prazer pode ser vivido. Vale lembrar que a vida sexual é fundamentalmente ligada á vida imaginativa e independe do gênero.
Nos diferentes ciclos da vida vivemos diferentes tonalidades e intensidades afetivas e sexuais, pois estas dinâmicas fazem parte estrutural de nosso arcabouço físico e psíquico. Envelhescentes que somos, seguimos eternos aprendizes de nosso desejo, embora distanciados do padrão heroico de desempenho da juventude.
Pela medicina ortomolecular são os radicais livres que nos envelhecem, mas na vida afetiva e sexual dá-se o oposto, são os radicais presos, pois a libido, nossa energia vital livre, possibilita vitalidade e riqueza de experiências nas mais diferentes nuances. Quanto mais abertos aos impulsos libidinais / vitais, mais felizes seremos. Vale lembrar que o padrão sexual da velhice, muda cada vez mais do quantitativo para o qualitativo. Quanto maior a repressão e rigidez da afetividade e sexualidade maior será nossa desvitalização e mais acentuada a possibilidade de senilidade…
Carpe Diem em todas as possibilidades de encontro com a alegria, o amor, o afeto e o prazer sexual em todas suas nuances. Viver implica sair do ciclo da cronologia para vivenciar o ciclo do amor e do afeto, que não tem idade! Carpe Diem!