Na festa do Réveillon, o ano velho e o ano que chega se encontram à meia-noite. É o momento mítico em que o 31 de dezembro se transforma em 1º de janeiro na frente de todos, num rito de renovação compartilhado em todo o mundo. Por um segundo, temos a sensação de poder ver o passado e o futuro, exatamente como Janus, o deus romano de duas faces, uma que olha para trás e outra, para frente.
Com sua dupla face, Janus simboliza desde a Roma antiga os inícios e as escolhas, e, por isso, deu nome ao primeiro mês do ano, janeiro. O mito ensina, neste caso, que olhar o passado e refletir sobre ele é importante para as decisões que se toma para o futuro. A passagem de ano é um brinde à esperança, que, segundo psicanalistas, faz bem à saúde, à alma e ao coração. Percebemos que estamos em movimento permanente, que o nosso tempo é hoje, e o que não deu certo, agora, pode dar.
É uma chance para entender as metas que não foram alcançadas, ter paciência com elas ou sabedoria para repensá-las, eventualmente acertando o passo ao tamanho da perna. Uma oportunidade também para respirar fundo e reforçar a vontade para retomar os projetos, grandes ou pequenos, que prometem felicidade, melhor qualidade de vida, transformação, saúde, conhecimento, prazer.
A palavra Revéillon, segundo várias fontes, derivaria do verbo francês réveiller, que significa “despertar”. A grande alegria da virada do ano é o sentimento geral de que estamos mais uma vez acordando para o que queremos. A cada ano com mais experiência, sabedoria e, por isso, com mais recursos para alcançá-lo.
A equipe do Curso da Vida fez uma enquete entre seus colaboradores e descobriu alguns objetivos que estarão no radar de 2015. Compartilhamos essas boas intenções aqui com nossos leitores, desejando a todos um ótimo ano, com muitos desejos realizados.
Em 2015, podemos…
Fazer exercício
Dançar, malhar na academia, caminhar, andar de bicicleta, nadar, ou o que combinar melhor com o corpo e a vontade.
Reduzir peso
Aquela meta que recomeça a cada segunda-feira, também comparece no início do ano, principalmente após as extravagâncias das festas. Neste caso, a melhor dica é adotar uma dieta consistente, sem radicalismo, capaz de perdurar numa nova educação alimentar para todos os dias do ano.
Aprender
Antes de ficar velho, fique sábio, avisou o bobo, muito sábio, ao rei Lear, na peça de William Shakespeare. Aprender mantém o cérebro ativo, alimenta o espírito e combate a solidão. Vale aprender um instrumento musical, jardinagem, um idioma, filosofia, história (da sua rua, da sua cidade, do país, do mundo), literatura, tarô, costura, crochê, desenho, artesanato… A ideia é ir atrás de novas perspectivas e do prazer de criar.
Cuidar da saúde
Fazer aqueles exames que foram adiados, tomar as medidas de controle recomendadas, olhar para o corpo com inteligência e carinho.
Encontrar os amigos
Reservar um ou mais dias na semana, no mês, no trimestre para encontrar os amigos. É um luxo, faz bem a tudo.
Usufruir
Ler um bom livro, ouvir música, ir à praia ou à piscina, sentar para apreciar a paisagem (com seus detalhes de cor e forma), passar lentamente um creme nas pernas ou fazer um escalda pés perfumado. Relaxar.
Conectar
Pela internet é possível se conectar a pessoas queridas que estão distantes, descobrir conteúdos de qualidade, sites de cultura, artes, grupos de interesse em diversas áreas. A rede é rica e merece atenção.
Desconectar
O mundo virtual é imenso e cheio de coisas boas. Mas atenção para não dar importância exagerada às redes sociais nem deixar os celulares mandarem no jogo. Saber desconectar é fundamental para viver bem.
Ajudar
Poder ajudar alguém ou apoiar causas relevantes é gratificante e sempre ensina algo a quem se dispõe a sair um pouco de si mesmo.
Não fazer nada
Permitir-se um tempo para não fazer nada. Para que nada ou tudo aconteça. Planejar é fundamental, mas não se pode nem deve planejar tudo.