Vinte milhões de brasileiros já passaram dos 60 anos e a grande maioria está envelhecendo bem, mas quem precisa de ajuda acaba sendo socorrido pelos parentes. Por isso, a profissão dos cuidadores de idosos está em alta. Já existem vários cursos para preparar esses profissionais.
Disposição de garotão saudável aos 86 anos. Ulisses Silva não para de caminhar nem para conversar.
Ele conta o segredo. “Caminhada, nada de cigarro, bebida, um pouco de vinho de vez em quando”, diz. Ulisses está envelhecendo muito bem, mas nem todo mundo tem a mesma sorte, e como os nossos idosos vivem cada vez mais, a procura por um cuidador aumentou. Quem já trabalha na área sente isso claramente. “Nunca fiquei sem trabalho não. Sempre atuando nessa área”, fala a cuidadora Mônica Maria Fernandes.
No Brasil ainda são os parentes que mais cuidam dos idosos e essa solução caseira não é a ideal, alerta a pesquisadora da Universidade de São Paulo, Yeda Duarte. “Tenho pessoas que não são capacitadas para esse fim cuidando de pessoas que são dependentes e precisam de cuidados mais específicos”, avisa.
O que já sabemos é que em 2030 teremos mais idosos do que jovens no Brasil. A previsão é do IBGE.
Cuidador ainda é uma ocupação e não uma profissão regulamentada. Mesmo assim, tem muita gente fazendo cursos. É que o mercado para esse tipo de trabalho não falta.
Michelle Oliveira Reis é auxiliar de enfermagem, mas trabalhava como cozinheira. No início do ano, ela percebeu a chance e deu uma virada na vida. Focou na capacitação de idosos para cuidar da dona Junia, que tem 92 anos. Ela diz que a atividade é rentável. “Dá estabilidade, é tranquila”.
Fonte: Jornal Hoje (13/09/14)